Manhã de uma terça-feira. O sol
estava a nascer, trazendo uma forte brisa do mar em direção à calçada, que
ficava logo ali. Onde terminava a onda começava a escada.
Encontrava-me a vagar entre as
pessoas, com olhos inquietos, pois procurava um detalhe, não um qualquer, um especial. O bastante para ter mérito de uma crônica. Quando de
repente o avistei. Ele estava de costas pra mim. Fitei meus olhos nele, e
passei a observá-lo. Era um homem simples, de meia idade, porém, a paisagem o
transformava em uma criança, com olhos virgens para tamanha beleza. Olhava o
horizonte de uma maneira particular. Enxergava mais do que os meus olhos podiam
ver, pois havia admiração com intensidade, pureza.
A cada onda, seu peito se enchia de
entusiasmo. Inclinava levemente o rosto, como se tentasse sentir a fragrância
da brisa, do mar, da areia. A cada ação dessa, que se repetia como as ondas,
ele que estava escorado com os cotovelos na mureta de
proteção, erguia-se.
Então me aproximei e pude perceber
tudo. O homem é de uma região que não tem mar. De um lugar onde as belezas
naturais são totalmente diferentes. O homem que não reconheci, que contemplava
aquele momento como único, era meu professor.
Olá Betânia!
ResponderExcluirGostei de seu texto. Vc escreve muito bem. Apenas uma curiosidade: o Clevilson gostou de saber que é pessoa de "meia idade"? rs.......rs.......
Brincadeiras á parte, vc é mesmo um exemplo a ser seguido!
[]s,
Gleice