por Betânia Lopes
Criada a partir do desmembramento de partes dos municípios de Plácido de
Castro e Senador Guiomard e com o slogan de a Princesinha do Acre,
Acrelândia foi a primeira cidade planejada do estado. Com a população feita a
partir de migrações da região centro-sul e sul do Brasil a cidade passa por
processos de desenvolvimento.
Muitos alegam que o crescimento foi
interrompido, pois em apenas quatro anos, tivemos sob a gestão de cinco
prefeitos, sendo dois deles cassados. No entanto isso não mostra o caráter de
cada um apesar de compartilharem um pensamento que chegou a ser citado em
discursos por vários deles ‘’ A poeira e a lama típicas de nossa cidade são
sinônimos de desenvolvimento. Pois se estes existem, significa que temos
carros, e se o temos isso implica que a cidade está crescendo, que o capital
está presente em meio nossa população”.
Mas ao contrário do que a população em massa
acredita, a perspectiva do governo municipal é única em relação a população:
Pretendem garantir qualidade de vida. O mais novíssimo projeto consta em
diminuir acidentes de trânsito, através da conservação dos buracos, existentes
em nossas ruas de chão e na abertura de novos. Segundo as autoridades, os
buracos têm enorme utilidade, pois evitam gastos exorbitantes com quebra-molas.
Além, de terem em mãos um agente mais poderoso: O quebra carro, moto, gente.
Pois assim ajudaremos nosso querido governo na arrecadação de impostos, na
compra de remédios e peças de automóveis.
No entanto, o projeto vai muito mais além.
Pretendem fazer de nossa cidade um centro histórico, uma espécie de réplica do
Coliseu. O governo ainda diz que devemos nos orgulhar do hospital sem parte da
cobertura, pois assim respiramos ar puro. Orgulharmos das longas filas do SUS,
pois assim aprendemos a ser pacientes. Na verdade essa tal fila de espera não
passa de uma estratégia para controlarmos a ansiedade e desta forma diminuir o
índice de paradas cardíacas.
Em nossa prefeitura municipal consta ainda
uma sofisticada forma de contabilidade. Quando os árduos trabalhadores
municipais ficam sem receber seus devidos salários, tudo não passa de uma causa
nobre, um bem-feito para com o próximo, pois nossa amada Primeira Dama não
poderia ficar sem realizar seus projetos pessoais. E é nosso dever zelar por
sua integridade física e moral.
As inovações tecnológicas chegaram em nossa
cidade e nos trouxeram grandes benefícios em facilidade e acesso, mas em
consequência corroeu nossa formosa natureza. As constantes quedas de energia
fazem parte de um projeto em que não apenas visamos o meio ambiente, mas
também, nós humanos que sem o atrapalhar das luzes vemos com maior clareza o
lindo céu azul.
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