quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Tirando a roupa


Betânia Lopes
  Fim de uma tarde de domingo. O sol esta a se por, trazendo uma leve neblina, que de mansinho passa a engrossar transformando-se em chuva, lavando as ruas de terra de Acrelândia até as transformarem em lama, em pleno caos. Um vento chega rodopiando entre as casas, fazendo que suas janelas e portas choque-se contra a parede que logo são fechadas por seus moradores.
  Encontrava-me perto de minha residência, e precisei apertar o passo para tentar inevitavelmente não me molhar; quer dizer - Chegar em casa menos molhada, pois já havia tomado um banho de chuva, estava toda ensopada. Ao chegar em casa, senti algo estranho -  Talvez apenas um pressentimento... Abaixei a cabeça... Ao levantar adivinha com o que me deparo...? Com o meu vizinho a tirar a roupa!!! É isso mesmo querido leitor... Ele estava tirando a roupa, tirava cada peça debaixo daquela chuva, até que enfim a tirou por completo. Minha reação foi de tamanho espanto que ao vê-lo, dei um grito e comecei a correr com a intenção de tirar as minha também, as quais ele me ajudou. Tinha que tirá-las do varal, caso contrário molhariam. Essas chuvas... Chegam sem avisar e nos pegam desprevenidos. Ao tirar a última peça do varal, a chuva já se fora, indo na mesma intensidade que veio, começando que mansinho até sair por inteira, deixando um clima abafado no ar, como marca de sua vinda o inevitável lamaçal.

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